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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Os Estados Unidos e o terrorismo!!


Aproveitando o acontecimento recente da morte do terrorista Bin Laden (fato carregado de questionamentos), queremos fazer aqui uma reflexão sobre algo que poucos estão fazendo nesse momento. O alarde midiático e os festejos estadunidenses encobrem uma questão que deve ser discutida, uma vez que, novamente, os EUA gabam-se de ter tornado o mundo um lugar melhor e mais seguro. Isso contitui nada mais nada menos que uma falácia, um discurso impositivo travestido de democrático. As intervenções estadunidenses nas questões dos países são um verdadeiro atentado à autodeterminação dos povos, além de se caracterizarem por interesses nefastos. A chamada guerra ao terror, declarada por George Bush, antecessor de Obama, após o 11 de setembro de 2001, tinha como pretexto combater o terrorismo. Daí deram-se, a passos largos, a invasão do Afeganistão e depois do Iraque, sob uma falsa alegação da produção iraquiana de armas de destruição em massa. O massacre realizado pelos estadunidenses em terras afegãs e iraquianas tornam evidente a concepção política de que não se pode fazer uma omelete sem quebrar a galinha. Metáforas à parte, é preciso dizer que o terrorismo é condenável, entre outras coisas, por provocar a morte de civis, pessoas comuns. No entanto, se levarmos às últimas consequências esse critério, os EUA também enquadram-se em ações terroristas; oficias, reconhecidas, mas terroristas. Se formos observar alguns fatos históricos do século XX que envolvem os yanques não há nada que justifique sua pose de defensores da democracia e dos direitos humanos. Vejamos.
Na primeira metade do século passado, o trágico episódio de Hiroshima e Nagasaki, destruídas pelas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos da América. Duas cidades inteiras dizimadas com suas populações....milhares de inocentes, sem nenhuma possibilidade de defesa. Na segunda metade do mesmo século o governo estadunodense destaca-se por financiar as ditaduras latinoamericanas, que marcaram de sangue as terras do sul. Os torturadores dos regimes militares espalhados pela América Latina recebiam treinamento de oficiais estadunidenses. Assim que, direta ou indiretamente, os EUA têm culpa na morte de cada um e cada uma que foi perseguido, preso torturado e morto pelas ditaduras. E mais recentemente, no início deste século, vimos as atrocidades cometidas pelos soldados estadunidenses no Afeganistão e no Iraque. Me vem à mente a imagem daqueles civis mortos no Iraque com rajadas de tiros disparadas de um helicóptero de guerra. Pessoas desarmadas, repórteres, crianças... Tudo em nome da democracia? Balela!
Obama apressou-se em dizer que agora, com a morte de Osama Bin Laden, o mundo é "um lugar melhor e mais seguro" e que se fez justiça. Mas que tipo de justiça foi feita? Obama rogou para si o papel de imperador, nos moldes da Roma Antiga, ou seja, aquele que decide sobre a vida e sobre a morte.

Curioso é que apenas por ter sido eleito, Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz (????). E por que recebeu-o? Por promessas não cumpridas como, por exemplo, desativar a prisão de Guantánamo em Cuba? Retirar as tropas do Afeganistão e do Iraque? E agora ainda menor é a possibilidade disso. Quando declara, junto com outras potências do mundo, que Bin Laden era apenas uma peça (e o fazem acertadamente) e que o terrorismo ainda precisa ser combatido (outra tese acertada), pode-se  traduzir: a "guerra ao terror" (ou a busca do controle do petróleo no Oriente Médio, como preferirem) não vai acabar tão cedo (tese no mínimo controversa). Mas isso não é, de verdade, um problema para os EUA, pois ao mesmo tempo que se discute o alto gasto bélico com defesa no pais, movimenta-se um dos grandes mercados estadunidenses: a indústria bélica e armamentista. Assim, que apesar de todo seu discurso pseudo-democrático, os EUA ainda se pautam pela lei do mais forte, que diga-se de passagem, não é a mais coerente, nem a mais justa, mas a menos humana e racional das leis. Todo terrorismo é condenável, inclusive o institucionalizado.

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