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domingo, 19 de junho de 2011

Influências e ingenuidade (e/ou ignorância) política!

Um grupo de amigos faz surgir, repentinamente, uma conversação sobre política. O arranque da discussão se deu pelas denúncias contra o então Ministro Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. Enquanto uns afirmavam certamente que o ex-ministro era culpado, outros, embora admitissem a possibilidade de sua culpa, não desconsideravam que haveria interesses em sua derrubada, e ainda mais, a origem das denúncias e os meios que a transmitiam. Aparece a idéia de que os que admitiam ao menos a possibilidade de Palocci não ser culpado fossem demasiado ingênuos.  Daí a questão evolui para um âmbito mais macro. Trata-se a questão do Iraque, melhor dizendo, da invasão estadunidense ao Iraque. Uns dizem haver sido um bem, porque, afinal de contas, Saddam Hussein era um ditador. Sequer lembra-se que o pretexto da invasão – a produção de armas de destruição em massa – foi vergonhosamente desmentido, e que fica evidente que o motivo real é a pretensão de controlar territórios ricos em petróleo. Depois o “locus” da conversa volta-se para a América Latina, mais especificamente para uma crítica dos governos da Bolívia, com Evo Morales, e da Venezuela, com Hugo Chávez. Uma manifestação que demonstre uma preferência a Chávez, antes que a Obama, provoca uma surpresa por destoar dos discursos mais comumente divulgados. Logo surgem “argumentos” de que a Venezuela é problemática, que tem um IDH baixo por conta das políticas chavistas. Conferindo os dados oficiais do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) é possível constatar que o IDH venezuelano é considerado alto e está a apenas duas posições abaixo do Brasil no ranking de classificação de países. Isso nos faz pensar que há uma grave ingenuidade política e uma suscetibilidade muito grande, e acrítica, ao que vem sendo veiculado nos meios de comunicação, que se arrogam a verdade da informação, mas que a tergiversam e confundem até quem deveria possuir certo grau de esclarecimento e pensamento crítico, que a tomam como verdade, o que de fato não o é.
É evidente que há um descontentamento dos meios de comunicação dominantes, propriedades das elites, com a guinada “à esquerda” na América Latina, e tentam inculcar a ideia de que é algo que só pode dar errado, o que os dados do PNUD contrariam e desmentem, pois a Argentina, governada por Cristina Kirchner, a Venezuela, por Hugo Chávez, o Equador, por Rafael Correa, além do Brasil (ainda com Lula), possuem um IDH considerado alto e a Bolívia, de Evo Morales, possui um IDH médio. Assim, que esse criticismo infundado e infértil merece uma discussão e uma análise mais atenta, que procuraremos abordar uma próxima vez, mas que tem prejudicado imensamente a visão do que está ocorrendo no momento histórico atual da América Latina.

Segue link da página oficial do PNUD com a classificação dos países:

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