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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estupidez contemporânea!

Acredita-se que o ser humano é o resultado de um complexo processo evolutivo. Porém, será que há um limite para essa evolução? Pode parecer que essa seja uma pergunta descabida, mas ao analisar a realidade do mundo no nosso tempo, na contemporaneidade, percebemos traços cada vez mais involutivos em alguns grupos de pessoas. Assistimos a um cenário cultural e socialmente marcado pelo egoísmo e pela intolerância; o antropocentismo que se inciou na Idade Moderna deu espaço agora ao que se poderia chamar de egolatria, ou seja, uma adoração de si mesmo. Cremos ser interessante trabalhar com esse termo exatamente pelo fato de que as características da adoração é o culto a alguém ou algo absoluto, e o que é absoluto se basta a si mesmo e não depende de ninguém. E isso tem pautado a ação de muitos nesses primeiros anos do século XXI. Tudo o que é "não eu", ou seja, os outros, é considerado como descartável, irrelevante, quase que inexistente. Daí decorre que o mundo contemporâneo está se caracterizando por uma falta de alteridade problemática, pelo fato de que isso não é apenas um devaneio teórico, mas uma constatação prática. Um exemplo que salta aos olhos, ou melhor, ao ouvidos, é o fato de muitas pessoas abusarem de aparelhos de som importunando vizinhos a qualquer hora do dia ou da noite, ou mesmo o cúmulo de o maquinista ter de avisar pelos autofalantes dos trens que é proibido utilizar aparelhos sonoros que incomodem os demais passageiros. Não há como negar que esse egoísmo já se tornou algo patológico, uma doença social que assola as relações e a vida comum. Penso que uma das causas desse fenômeno é que se constituíram umas espécies de zonas de conforto, onde há uma ilusão de saciedade e completude com coisas que são absolutamente efêmeras e insuficientes para garantir uma boa vida, uma exitência realmente significativa. Absortos em uma ignorância profunda, quem se encontra nesse estado é quase incapaz de perceber que está pautando sua existência em coisas que não lhe garantem absolutamente nada, mas fazem disso suas referências, a garantia de sua estabilidade e precisam afirmar-se e firmar-se nisso, por isso desconsideram os outros, por podem demonstrar a fragilidade de seu pseudo-conforto. Essas zonas de conforto se sustentam por um elemento forte, e ao mesmo tempo insustentável: a ignorância das suas reais condições de vida e sua ignorância pessoal. Isso explica um pouco do "estado de estupidez" em que se encontra a sociedade contemporânea, capaz de se espantar com a cordialidade, a solidariedade, o altruísmo. mas acostuma-se facilmente, quando não promove, com o egoísmo, a intolerância e a estupidez como valores sociais. Definitivamente, isto não é evolução!

2 comentários:

  1. Eu diria que a sociedade é feita assim pelo capitalismo. Trouxe o egoismo à sociedade procurando um consumo excesivo para contribuir à alienaçao dos individuos, tentando que ele nao pense muito, trabalhe só pra "ter dinheiro" pq essa é a costume que temos, compre TVs cada vez mais grandes tentando uma satisfaçao nunca satisfeita mas essa é a forma de nao pensar e nao assumir a exploraçao que sofremos dos grandes grupos economicos capitalistas que só encontram em nós o objeto que compra!

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